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Luidy revela que passou fome antes de chegar ao CRB: "Não queria mais jogar"


O GloboEsporte.com abre nesta quinta a série "Conte a sua história". Os jogadores de destaque do futebol alagoano vão falar sobre as origens, a luta para chegar ao time profissional e a vida longe dos holofotes, quando o homem pode virar lobo do atleta.

O primeiro personagem da série é o alagoano Luidy Viegas, de 23 anos. Em 2016, o atacante velocista, driblador, explodiu no CRB e fez nove gols. Ganhou tanta projeção na Série B do Brasileiro que foi parar no Corinthians. Chegou em São Paulo com apenas um ano de profissional.

A história, no entanto, precisa ser aberta na primeira página. Lá atrás, quando a bola deu ousadia a um garoto calado, tímido, de pouquíssimas palavras.

Luidy nasceu em União dos Palmares no dia 21 de julho de 1996 e veio de uma família pobre. Quem assiste ao jogador destemido, partindo para cima dos zagueiros, não sabe o peso que carregou até ganhar espaço no complexo cenário do futebol. Até a fome ele enfrentou.

- Comecei a jogar no União, time da minha cidade, que hoje é conhecido como Zumbi. Cheguei lá na escolinha, mas não firmei contrato. Em 2014, fui para Santa Catarina jogar no Caçador, da Segunda Divisão da cidade. Por lá, joguei o sub-20, subi ao profissional, fiquei oito meses, mas não deu certo e voltei para Alagoas. Não queria mais jogar, estava muito desanimado, com a minha namorada grávida, estava em uma situação financeira muito difícil, passando fome em casa. Meus pais estavam desempregados, realmente tudo muito difícil - contou Luidy.

Não queria mais jogar, estava muito desanimado, com a minha namorada grávida, estava em uma situação financeira muito difícil, passando fome em casa.

A oportunidade para recomeçar surgiu no Murici. Ele lutou para ser visto, as portas foram fechadas outra vez, mas o CRB apareceu na carreira do atacante. A virada teve registro no ano de 2015.

- Estava pensando em desistir e tinha um cara chamado Naílton, que sempre ajudou meu pai quando a gente estava nessa situação. Ele que dava dinheiro para comprarmos as coisas quando não tínhamos o que comer e nos ajudou muito, principalmente nesta época. Fiquei um tempo parado e surgiu a oportunidade no Murici. Joguei a Taça São Paulo, meu último ano possível, fui bem, fiquei no clube e tinha um acordo para eu subir ao time profissional, mas não deu certo também. Voltei para casa, fiquei mais um tempo parado e decidi que não ia mais jogar bola, até que surgiu a oportunidade de eu vir para o CRB.

Tudo começou num jogo-treino do Galo. Imagine a motivação dos jogadores de União dos Palmares que iriam enfrentar o time da capital. Era a chance de mudar de vida. Jean Carlos, técnico do sub-20 do CRB, viu potencial em Luidy.

- Foi um jogo amistoso entre a seleção da minha cidade contra o sub-20 do CRB. Fui bem na partida, fiz gol e o treinador Jean me chamou para conversar, mandou eu me apresentar na segunda-feira e já levar minhas coisas. Fui para o clube, fiquei treinando na base por dois meses sem contrato, porque tinham que pagar minha transferência e as coisas ainda estavam sendo resolvidas.

Jean convenceu o atacante a não desistir do futebol. Segurou a onda nos momentos mais difíceis de Luidy no CT. Não é fácil ganhar a primeira chance entre os profissionais.

- Eu já estava querendo ir embora, porque em dois meses vi que não estava dando em nada, estava só treinando até definir a minha situação e tudo estava muito difícil. Estava namorando, já era maior de idade, queria trabalhar, ter o meu dinheiro, meu pai e minha mãe desempregados, então queria voltar para casa, mas o treinador Jean sempre me apoiou e me deu forças para continuar, não desistir, porque eu falava para ele direto que ia embora, queria trabalhar, ajudar meus pais e ele sempre me dando forças para continuar me dedicando.

O Nordestão sub-20 mostrou à comissão técnica do CRB que o garoto tinha mesmo talento. Apesar de tímido fora de campo, ele estava pronto para buscar espaço no time principal.

- Acabou resolvendo minha situação, assinei contrato, joguei a Copa do Nordeste pelo sub-20, subi ao profissional e as coisas começaram a acontecer naturalmente. Fiz um bom ano no CRB, fui para o Corinthians e fiquei seis meses lá.

O sucesso no Galo fez o atacante chegar ao Corinthians em 2017. Foi um impacto na vida de um jogador humilde. Ele não ficou no Timão, até pela enorme concorrência, mas viu a roda girar até voltar ao CRB neste ano, bem mais experiente.

- Nunca imaginei que chegaria em um nível do Corinthians, um dos maiores do Brasil, então eu e minha família ficamos muito felizes com tudo que estava ocorrendo. Lá não acabei jogando, não tive a oportunidade, mas tive a sensação de estar no dia a dia. Depois fui emprestado ao Figueirense, onde pude pegar experiência, e a partir daí não voltei mais. Fui emprestado novamente, desta vez ao Ceará, depois São Bento, Londrina e agora o CRB.

O Nordestão sub-20 mostrou à comissão técnica do CRB que o garoto tinha mesmo talento. Apesar de tímido fora de campo, ele estava pronto para buscar espaço no time principal.

- Acabou resolvendo minha situação, assinei contrato, joguei a Copa do Nordeste pelo sub-20, subi ao profissional e as coisas começaram a acontecer naturalmente. Fiz um bom ano no CRB, fui para o Corinthians e fiquei seis meses lá.

O sucesso no Galo fez o atacante chegar ao Corinthians em 2017. Foi um impacto na vida de um jogador humilde. Ele não ficou no Timão, até pela enorme concorrência, mas viu a roda girar até voltar ao CRB neste ano, bem mais experiente.

- Nunca imaginei que chegaria em um nível do Corinthians, um dos maiores do Brasil, então eu e minha família ficamos muito felizes com tudo que estava ocorrendo. Lá não acabei jogando, não tive a oportunidade, mas tive a sensação de estar no dia a dia. Depois fui emprestado ao Figueirense, onde pude pegar experiência, e a partir daí não voltei mais. Fui emprestado novamente, desta vez ao Ceará, depois São Bento, Londrina e agora o CRB.

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